sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Niguém é inimigo da refinaria...


O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Tavares (PSB) disse nesta quinta-feira (15) que nem ele, nem o ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB) e ninguém da oposição ao governo Roseana são contrários a implantação da refinaria da Petrobrás em Bacabeira como vem insinuando veículos de comunicação ligados ao grupo Sarney.


“Tenho visto na imprensa e colocado por muitos, inclusive pelo ministro [das Minas e Energia] Edison Lobão, de que a refinaria tem inimigos ou pessoas que querem que ela não venha para o Maranhão e entendo, apesar de nunca serem nominados os inimigos da refinaria, que eles são os políticos da oposição. Quem são os políticos da oposição? São os ex-governadores José Reinaldo, Jackson Lago, vários outros no Estado e nós aqui na Assembleia. Como pode o ex-governador José Reinaldo ser inimigo da refinaria se ele, como governador, fez o primeiro projeto sério e sensato por parte do governo para sensibilizar a Petrobrás e a classe política do país (sobre o investimento), nos anos de 2002, 2003?”, questionou.


Marcelo Tavares disse que ele e a oposição querem apenas que a população não seja ludibriada e levada a acreditar que a refinaria e os empregos começam amanhã.


AUDIÊNCIA PÚBLICA


Durante um longo pronunciamento, o presidente esclareceu o episódio da transferência da audiência pública sobre a refinaria, marcada para quinta-feira da semana passada e adiada por conta do falecimento do deputado Pedro Veloso, e deu garantias de que vai entrar em contato com a assessoria de Lobão para acertar uma nova data, possivelmente nos dias 12, 19 ou 23 de novembro, de acordo com a conveniência da agenda do ministro.


Marcelo disse ainda que esta audiência pública será diferente do painel feito pela Câmara de Vereadores semana passada. A audiência da Assembleia será mais ampla e debaterá temas como a desapropriação de terras, empregos que já estão sendo tirados em Bacabeira em alguns setores, como na empresas da indústria cerâmica e a especulação imobiliária.


“Se depender desta Casa a discussão será isenta, responsável, plural, com a participação de todos. Dos mais importantes e, entre aspas, ‘dos menos importantes’. Cabe a esta Casa defender os interesses do povo maranhense. E o povo maranhense é um todo, os ricos e os pobres”, enfatizou.


Marcelo entende que é preciso discutir as conseqüências que um empreendimento deste porte trará a São Luís e os investimentos que devem ser feitos para sanar os problemas como explosão demográfica, capacitação de mão-de-obra e adequação de infraestrutura.


“Precisamos saber o que vai ser feito com as rodovias do Estado, vamos duplicar ou triplicar BR-135? E a remoção [da estrada de ferro] São Luís-Teresina? Ou será a remoção da Estrada de Ferro Carajás? Ou a remoção da Adutora do Italuis? Precisamos tratar tudo isso com responsabilidade”, ponderou.


POLITIZAÇÃO


O presidente da Assembleia criticou de forma veemente a forma politizada como veículos de comunicação ligados aos Sarney estão noticiando a chegada de grandes empreendimentos no Estado como a refinaria, fábrica de celulose e aciaria. Ele explicou que não participou do Painel Empresarial 2009, realizado ontem no Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana, por considerá-lo apenas de cunho político.


Marcelo lembrou que os projetos da Suzano Celulose e da aciaria em Açailândia foram aprovados pelos próprios deputados durante o governo Jackson Lago, a exemplo de outros projetos, mas o grupo Sarney assumiu a paternidade de todos.


“O governo que está aí tem muito pouco ou nenhuma participação com todos os investimentos que foram colados lá [no Painel Empresarial] ontem. Isso é para passar para a população do Maranhão que as coisas só acontecem nesse Estado quando tem a benção do dono, e é isso que eu não concordo; é essa imagem que não deixarei, e com as minhas poucas forças, lutarei para que não seja transmitida a nossa população. Irei a cerimônias do governo para lançar obras de governo e não obras da iniciativa privada. Todas as que estavam lá (no evento) nasceram de negociações de governos anteriores, porque essa é a obrigação dos governos. Esta Assembleia não se curva e não se curvará à vontade de uns poucos que se acham donos do Maranhão”, declarou.


Em aparte, o deputado Edivaldo Holanda (PTC) destacou o pronunciamento feito por Marcelo Tavares e disse que se não tivessem travado o projeto no governo José Reinaldo Tavares, a refinaria estaria num estágio mais avançado.


“A refinaria é uma realidade. Todos nós somos a favor dela, quem tem lucidez e quem gosta do Maranhão é a favor, mas nós não queremos que ela se transforme em uma bandeira política, que ela seja usada eleitoralmente. Nós não queremos, mais uma vez, que ela seja transformada num estelionato ou numa fraude eleitoral”, afirmou o líder de oposição.

Fonte: Agencia AL

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