segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Eu quero uma casa no campus!


Por Thalita Martins*

É fato que a educação superior no nosso país encontra-se em outro patamar, se comparada com a década passada. Lógico que muitos quesitos precisam melhorar para chegar ao nível que desejamos, mas já se evidencia um crescente processo de democratização.

As cotas, o ProUni e o crescente aumento das vagas, principalmente nas IFES, estão permitindo que camadas populares tenham acesso ao ensino superior. Por outro lado, há um impacto nas demandas de assistência estudantil, pois, além do acesso, é preciso garantir a permanência dos estudantes.

Assistência estudantil são programas e projetos desenvolvidos nas IES que tenham como principal objetivo a permanência dos estudantes em seus cursos, tendo como pressupostos ações articuladas com o ensino, a pesquisa e a extensão. Ela está garantida no artigo 205, I, da Constituição Federal, e no artigo 3°, I, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, não devendo ser vista como uma política isolada, mas como um conjunto de ações que traga a discussão do acesso e da democratização da Universidade.

As dificuldades socioeconômicas são as principais causas da evasão dos estudantes universitários, que chega à taxa de 40% ao ano. Além de prejuízos financeiros (impacto de 9% no orçamento das Universidades), a evasão também traz prejuízos sociais de forma dupla: 1) o estudante que evadiu e 2) o estudantes que não conseguiu entrar na Universidade pela reserva de vagas.

Dito isto, quero me ater aqui a uma questão específica que deve ser encaradas com muita seriedade pelo movimento estudantil e pela administração das Instituições de Ensino Superior: a moradia estudantil.

Por mais que estejamos presenciando uma maior interiorização das Universidades Federais e um crescimento exorbitante das instituições particulares (este último no período FHC), estima-se que 30,5% dos estudantes saem de seus Municípios para ingressarem na Universidade, necessitando de moradia estudantil. Segundo dados da Andifes, “12,4% dos estudantes constituem a demanda potencial por moradia, uma vez que pertencem às categorias C, D e E e não residem com os pais e cônjuges ou em casas mantidas pela família”. O maior absurdo é que “as moradias universitárias atendem apenas 2,4% desses estudantes”.

Assim como nossa casa representa segurança e estabilidade em nossas vidas, as residências estudantis representam a segurança e estabilidade necessária para um estudante continuar seus estudos numa cidade diferente da sua de origem. E agora que o novo ENEM facilita esta mobilidade acadêmica de Municípios e Estados, as residências são mais que necessárias: são fundamentais para a concretização do modelo de educação que tanto almejamos.

Portanto, mais do que contemplar os 2,4%, as casas devem alcançar toda a demanda, sendo a política de bolsas-moradia apresentadas como uma segunda opção.

Além da ampliação das casas, é preciso pensar numa maior e total qualidade das mesmas, para que todos os residentes possam viver e conviver entre si com dignidade. Nesse sentido, deve-se garantir a acessibilidade de pessoas com deficiência e a coleta seletiva solidária, em parceria com as cooperativas de catadores de lixo locais.

Este viver e conviver com dignidade também envolve a não discriminação de gênero e raça. Envolve a igualdade na oferta e no critério de escolha dos residentes, pois normalmente, as residências femininas são menores que as masculinas, em termos quantitativos. Envolve também um convívio em harmonia com as diferenças. Envolve, por fim, o amparo da Universidade quando uma residente engravida, seja em não expulsá-la da casa, seja oferecendo acompanhamento médico à mesma, seja oferecendo a ela toda a política necessária para que ela não abandone seus estudos, como creches, bolsas, estágios, etc.

Tudo isso dito até agora deve ser visto como um direito social e espaço político de cidadania e dignidade humana. Para tanto, deve estar inserida na práxis acadêmica, com ações articuladas com o ensino, a pesquisa e a extensão.

Partindo do entendimento que a Universidade deve ser um espaço público, democrático e popular, uma política de assistência estudantil onde as demandas pela residência universitária estejam incluídas é fundamental para acabar com a evasão e as desigualdades sociais, acabando também com as concessões, favores, assistencialismo e clientelismo que ainda permeiam a educação brasileira. Por isso, fazemos coro com o conjunto dos estudantes por uma casa no campus. Uma não, várias!

* Thalita Martins, é Maranhense, militante da JPT(CNB)e é Diretora de Assistência Estudantil da UNE.

fonte: site da UNE

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Congresso da UBES, Governador Nunes Freire na frente


Gostaria de parabenizar a turma da UMES de Governador Nunes Freire, pelo belissímo trabalho que estão realizando nas escolas, a tiragem de delegados ao congresso vem mostrando isso, ontem ao ver o site da UBES e conferir o mapa do Maranhão fiquei surpreso ao ver os meninos de Nunes Freire largando na frente como lideres no ranking dos municipios da JSB no estado.

Parabéns Companheiros, continuem na luta!

JSB Rumo ao 38º CONUBES, com força total!

Niguém é inimigo da refinaria...


O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Tavares (PSB) disse nesta quinta-feira (15) que nem ele, nem o ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB) e ninguém da oposição ao governo Roseana são contrários a implantação da refinaria da Petrobrás em Bacabeira como vem insinuando veículos de comunicação ligados ao grupo Sarney.


“Tenho visto na imprensa e colocado por muitos, inclusive pelo ministro [das Minas e Energia] Edison Lobão, de que a refinaria tem inimigos ou pessoas que querem que ela não venha para o Maranhão e entendo, apesar de nunca serem nominados os inimigos da refinaria, que eles são os políticos da oposição. Quem são os políticos da oposição? São os ex-governadores José Reinaldo, Jackson Lago, vários outros no Estado e nós aqui na Assembleia. Como pode o ex-governador José Reinaldo ser inimigo da refinaria se ele, como governador, fez o primeiro projeto sério e sensato por parte do governo para sensibilizar a Petrobrás e a classe política do país (sobre o investimento), nos anos de 2002, 2003?”, questionou.


Marcelo Tavares disse que ele e a oposição querem apenas que a população não seja ludibriada e levada a acreditar que a refinaria e os empregos começam amanhã.


AUDIÊNCIA PÚBLICA


Durante um longo pronunciamento, o presidente esclareceu o episódio da transferência da audiência pública sobre a refinaria, marcada para quinta-feira da semana passada e adiada por conta do falecimento do deputado Pedro Veloso, e deu garantias de que vai entrar em contato com a assessoria de Lobão para acertar uma nova data, possivelmente nos dias 12, 19 ou 23 de novembro, de acordo com a conveniência da agenda do ministro.


Marcelo disse ainda que esta audiência pública será diferente do painel feito pela Câmara de Vereadores semana passada. A audiência da Assembleia será mais ampla e debaterá temas como a desapropriação de terras, empregos que já estão sendo tirados em Bacabeira em alguns setores, como na empresas da indústria cerâmica e a especulação imobiliária.


“Se depender desta Casa a discussão será isenta, responsável, plural, com a participação de todos. Dos mais importantes e, entre aspas, ‘dos menos importantes’. Cabe a esta Casa defender os interesses do povo maranhense. E o povo maranhense é um todo, os ricos e os pobres”, enfatizou.


Marcelo entende que é preciso discutir as conseqüências que um empreendimento deste porte trará a São Luís e os investimentos que devem ser feitos para sanar os problemas como explosão demográfica, capacitação de mão-de-obra e adequação de infraestrutura.


“Precisamos saber o que vai ser feito com as rodovias do Estado, vamos duplicar ou triplicar BR-135? E a remoção [da estrada de ferro] São Luís-Teresina? Ou será a remoção da Estrada de Ferro Carajás? Ou a remoção da Adutora do Italuis? Precisamos tratar tudo isso com responsabilidade”, ponderou.


POLITIZAÇÃO


O presidente da Assembleia criticou de forma veemente a forma politizada como veículos de comunicação ligados aos Sarney estão noticiando a chegada de grandes empreendimentos no Estado como a refinaria, fábrica de celulose e aciaria. Ele explicou que não participou do Painel Empresarial 2009, realizado ontem no Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana, por considerá-lo apenas de cunho político.


Marcelo lembrou que os projetos da Suzano Celulose e da aciaria em Açailândia foram aprovados pelos próprios deputados durante o governo Jackson Lago, a exemplo de outros projetos, mas o grupo Sarney assumiu a paternidade de todos.


“O governo que está aí tem muito pouco ou nenhuma participação com todos os investimentos que foram colados lá [no Painel Empresarial] ontem. Isso é para passar para a população do Maranhão que as coisas só acontecem nesse Estado quando tem a benção do dono, e é isso que eu não concordo; é essa imagem que não deixarei, e com as minhas poucas forças, lutarei para que não seja transmitida a nossa população. Irei a cerimônias do governo para lançar obras de governo e não obras da iniciativa privada. Todas as que estavam lá (no evento) nasceram de negociações de governos anteriores, porque essa é a obrigação dos governos. Esta Assembleia não se curva e não se curvará à vontade de uns poucos que se acham donos do Maranhão”, declarou.


Em aparte, o deputado Edivaldo Holanda (PTC) destacou o pronunciamento feito por Marcelo Tavares e disse que se não tivessem travado o projeto no governo José Reinaldo Tavares, a refinaria estaria num estágio mais avançado.


“A refinaria é uma realidade. Todos nós somos a favor dela, quem tem lucidez e quem gosta do Maranhão é a favor, mas nós não queremos que ela se transforme em uma bandeira política, que ela seja usada eleitoralmente. Nós não queremos, mais uma vez, que ela seja transformada num estelionato ou numa fraude eleitoral”, afirmou o líder de oposição.

Fonte: Agencia AL