segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

CBF volta atrás e reconhece o Flamengo como campeão em 1987

O Flamengo brigou, lutou e nesta segunda-feira, enfim, teve o reconhecimento do título brasileiro de 1987. A presidente Patrícia Amorim se encontrou com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, na Barra, para formalizar o fim da polêmica questão.

Agora, para a CBF, houve dois campeonatos brasileiros naquele ano, um conquistado pelo Fla, outro pelo Sport. Inter e Guarani são os vices.

Com o a unificação dos títulos no ano passado, há outros casos de dois campeões no mesmo ano. Foi passado a limpo o futebol brasileiro - disse Ricardo Teixeira, que no ano passado divulgou parecer contundente afirmando que o Flamengo não era o campeão de 1987.

O diretor jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes, garantiu que a entidade tomou a decisão respaldada legalmente.

O Flamengo apresentou no início de fevereiro um estudo complexo pedindo que a CBF reconsiderasse a decisão de 1987 e reconhecesse o Flamengo como campeão junto com o Sport. O presidente Ricardo Teixeira repassou para mim o estudo e, diante dos novos argumentos, vimos que seria justo e isso não causaria problemas jurídicos a ninguém disse.



Carlos Eugênio Lopes considerou os argumentos do Flamengo bastante convincentes e lembrou que após a unificação dos títulos desde 1959 seria injusto não resolver a pendência da Copa União. Na cerimônia de distribuição das faixas, em dezembro do ano passado, Ricardo Teixeira disse que, como havia uma decisão judicial transitada em julgado a favor do Sport, poderia ser preso se desse a taça aos rubro-negros. A diretoria do Flamengo respondeu com ironia. Em nota oficial, os dirigentes afirmaram que, se Teixeira viesse a ser preso, não seria pela polêmica de 87.

Nesta segunda, o diretor jurídico da CBF garantiu que, judicialmente, não há o que o Sport contestar.

O estudo enviado pelo Flamengo tem vários anexos, inclusive um documento em que o Sport reconhece o Flamengo também como campeão em 87 -afirmou.

Patrícia Amorim comemorou muito a vitória nos bastidores.

Esse é um dia histórico para o Flamengo. Quero homenagear todos os jogadores da campanha de 87 e o técnico Carlinhos. Vocês são agora os legítimos campeões de 87, e o Flamengo tem de direito seis títulos de campeão brasileiro - disse, em entrevista ao site oficial da CBF.

Longa batalha política

Em abril de 2010, a CBF havia batido o martelo de que a Taça das Bolinhas deveria ser entregue ao São Paulo, oficialmente considerado o primeiro time a ganhar cinco vezes o Brasileiro. Na ocasião, Ricardo Teixeira disse que a decisão era irrevogável. Dois dias antes, Fábio Koff havia sido reeleito presidente do Clube dos 13 com apoio de Patrícia Amorim. Ricardo Teixeira preferia que o eleito fosse Kléber Leite.

Na eleição de Koff, Patrícia estava ao lado de Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo. Na semana passada, o dirigente tricolor recebeu oficialmente a Taça das Bolinhas, apesar dos protestos da diretoria rubro-negra. A CBF argumenta que a taça foi entregue pela Caixa Econômica Federal.

No site oficial tricolor, Juvenal Juvêncio publicou uma carta para dar satisfação a Patrícia Amorim sobre o caso. O presidente foi respeitoso, elogiou Patrícia, mas argumentou que não poderia abrir mão de um troféu "que materializa o símbolo de algumas das mais importantes conquistas desportivas dessa entidade". No dia da entrega da taça, Juvenal comentou que "ia se deliciar" com o troféu.

O Flamengo respondeu com um pedido de busca e apreensão na 50ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

César Pires: “Arnaldo Melo é o Severino Cavalcanti do Maranhão”

O deputado César Pires (DEM) tem sido um dos maiores críticos do que chamou de postura autoritária e egocêntrica do deputado Analdo Melo (PMDB) no comando da Assembléia Legislativa.

E classificou o colega de “o Severino Cavalcanti do Maranhão”.

Severino Cavalcanti foi aquele membro do Baixo Clero, que sonhava há anos com o comando da Câmara Federal, foi eleito por um erro dos colegas – num gesto de rebeldia e, uma vez no posto, meteu os pés pelas mãos até ser obrigado a renunciar para não ser cassado descreveu o parlamentar do DEM.

Para César Pires, Arnaldo Melo tem adotado postura diferente do que pregava, desde que assumiu a Assembléia.

Ele fala de austeridade, mas austeridade é também ter critério no gasto do dinheiro público. Que critério ele usa para, por exemplo, fazer uma festa em sua base eleitoral e levar apenas alguns deputados, que nem são votados lá? Vamos analisar se os critérios dele para tratar linearmente os gabinetes é verdadeiro ou apenas falácia. Vamos fiscalizar se alguém não está sendo beneficiado. Se não tem critério, não pode falar em austeridade criticou Pires, em entrevista ao blog.

César Pires é o segundo deputado do DEM a criticar a postura de Arnaldo Melo, há pouco mais de 15 dias no posto. Ontem, Raimundo Cutrim foi à tribuna para cobrar explicações sobre as festas bancadas pela Casa e ameaçou representar contra o colega, por Improbidade Administrativa.

Outros parlamentares também se manifestam contrariados com a postura do novo presidente mesmo alguns do grupo que o apoiou embora se mantenham ainda apenas nos bastidores.

Após ser eleito na Câmara, Severino Cavalcanti mostrou inaptidão para o posto que tanto desejou, contrariou os colegas até ser denunciado por cobrar propina de um restaurante da Casa.

Deixou o cargo com menos de um ano de mandato…

Do blog do Marco Déça

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O que eu teria dito


Quando o deputado Marcelo Tavares faz a critica aos deputados do PDT na AL, o faz porque tem know round pra fazer. Aliás, Carlinhos Amorim nem existia no PDT quando o Deputado Marcelo nos corredores do governo de José Reinaldo, articulava a candidatura de Jackson ao governo em 2006. Niguém entende como é que deputados de um partido que teve um governador cassado por um golpe judicial, se unem com aqueles que o perseguem e abandonam os companheiros de luta pelo meio do caminho.

Foi isso que fizeram os Deputados do PDT na Assembléia. Abandonaram os seus companheiros, com os quais contruiram ao longo dos anos uma luta pelo estado e uniram-se à aqueles que os perseguem.

Eu teria dito: "Vossa exelencia não honra a bandeira do seu partido, não conhece a historia do seu partido, vossa exelencia faz politica com a barriga."

E diria mais: "Vossa exelencia talvez não saiba mas, fui eu quem pecorreu o Maranhão, enfrentando chuva e sol para elegermos o Dr. Jackson Lago que depois foi cassado para que hoje Vossa exelencia se alie a quem o cassou."

E diria ainda: "Eu fui governo quando Jackson era governador, depois ele foi cassado e eu não mudei de postura e fiz oposição ao que eu não aceitava. Para nós do PSB era mais facil se alinhar ao grupo Sarney e ter nossas emendas liberadas, mas ficamos na oposição até o ultimo dia da legislatura passada."

E concluiria: "Deputado seja homem, ao menos pra assumir que Vossa Exelencia é incoerente, é oportunista. Assuma que está se aliando ao Sarney porque na oposição é dureza, não tem emenda, não tem privilégios... assuma que oposição é pra cabra macho."

"...É o que eu tinha a dizer sr. Presidente."

Estamos de volta

Caros leitores,

Apartir de hoje estaremos retornando a blogsfera. Estivemos afastados por um periodo muito mais por falta de tempo mesmo, as atividades estavam preenchendo todo nosso dia, e a noite também. Faremos o possivel para atualiza-lo com a maior frequencia possível, ao menos duas vezes por dia.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

“Manda quem pode, obedece quem tem juízo”


Ao tempo em que lutávamos para fundar o PT e apoiar o sindicalismo ainda “autêntico” pelo Brasil afora, aprendi a expressão, que intitula este artigo. Era repetida a boca pequena pela peãozada, nas portas de fábricas ou em reuniões, quase clandestinas, para designar a opressão que pesava sobre eles dentro das empresas.

Tantos anos mais tarde e vejo a mesma frase estampada em um blog jornalístico como conselho aos petistas diante da decisão tomada pela Direção Nacional, sob o patrocínio de Lula e sua candidata, para impor uma chapa comum PMDB/PT nas eleições deste ano em Minas Gerais.

É com o coração partido e lágrimas nos olhos que repudio essa frase e ouso afirmar que, talvez, eu não tenha mesmo juízo, mas não me curvarei à imposição de quem quer que seja dentro daquele que foi meu partido desde sempre.

Ajudei a fundá-lo, com muito sacrifício pessoal; tive a honra de ser a sua primeira candidata ao governo de Minas Gerais em 1982. Lá se vão 28 anos! Tudo era alegria, coragem, audácia para aquele amontoado de gente de todo jeito: pobres, remediados, intelectuais, trabalhadores rurais, operários, desempregados, professores, estudantes.

Íamos de casa em casa tentando convencer as pessoas a se filiarem a um partido que nascia sem dono, “de baixo para cima”, dando “vez e voz” aos trabalhadores. Nossa crença abrigava a coragem de ser inocente e proclamar nossa pureza diante da política tradicional.

Vendíamos estrelinhas de plástico para não receber doações empresariais. Pedíamos que todos contribuíssem espontaneamente para um partido que nascia para não devermos nada aos tubarões.

Em Minas, tivemos a ousadia de lançar uma mulher para candidata ao governo e um negro, operário, como candidato ao Senado. E em Minas (antes, como talvez agora) jogava-se a partida decisiva para os rumos do país naquela época. Ali se forjava a transição pactuada, que segue sendo pacto para transição alguma.

Recordo tudo isso apenas para compartilhar as imagens que rondam minha tristeza. Não sou daqueles que pensam que, antes, éramos perfeitos.

Reconheço erros e me dispus inúmeras vezes a superá-los. Isso me fez ficar no partido depois de experiências dolorosas que culminaram com a necessidade de me defender de uma absurda insinuação de falsidade ideológica, partida da língua de um aloprado que a usou, sem sucesso, como espada para me caluniar.

Pensei que ficaria no PT até meu último dia de vida. Mas não aceito fazer parte de uma farsa: participei de uma prévia para escolher um candidato petista ao governo, sem que se colocasse a hipótese de aliança com o PMDB. Prevalece, agora, a vontade dos de cima.

Trocando em miúdos, vejo que é hora de, mais uma vez, parafrasear Chico Buarque: “Eu bato o portão sem fazer alarde. Eu levo a carteira de identidade. Uma saideira, muita saudade. E a leve impressão de que já vou tarde”.

Sandra Starling, ex-deputada, fundadora do PT, primeira candidata do partido ao governo de Minas em 1982, secretária-executiva do Ministério do Trabalho no primeiro mandato de Lula: ela desfiliou-se, anteontem, do PT.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Distorções


deu em o globo

De Merval Pereira:

A eleição presidencial que definirá a sucessão do presidente Lula está polarizada de tal jeito entre os candidatos do PT e do PSDB que as negociações políticas estão ocorrendo de cima para baixo. As regionais obedecem mais que nunca à lógica nacional, com imposições de alianças muitas vezes traumáticas, como a do Maranhão, onde o PT está obrigando seus aliados históricos a apoiar Roseana Sarney, do PMDB. Ou a de Minas, onde o PT resiste a abrir mão da candidatura a governador para o PMDB.

Em estados em que o lulismo é hegemônico, como nos do Nordeste ou no Pará e no Amazonas, mesmo as dissidências locais se acomodam, enquanto a oposição mede palavras para ter chances na eleição.

Caso raro é o do senador Jarbas Vasconcellos, dissidente do PMDB, que vai para o sacrifício em Pernambuco para dar um palanque ao candidato José Serra mesmo tendo chances quase nulas de vitória.

A tendência de haver uma definição já no primeiro turno é cada vez mais acentuada, e uma das razões mais perversas é o controle dos dois partidos tanto do tempo de propaganda eleitoral quanto do financiamento das campanhas.

O risco de caminharmos para uma plutocracia, onde o dinheiro desequilibre as campanhas eleitorais, já não é mais neutralizado pelo já existente financiamento público, cujo principal item é a propaganda partidária pelo rádio e pela televisão.

A candidata do Partido Verde, Marina Silva, terá poucos minutos de propaganda eleitoral e só recebe tratamento igual ao dos candidatos de PT e PSDB por sua luz própria.

Um bom exemplo disso foram as pressões do Palácio do Planalto para inviabilizar alianças do PDT e do PCdoB com o PSB, que dariam tempo de televisão para a candidatura do deputado federal Ciro Gomes.

Tratada como uma "operação de guerra", a campanha presidencial exibe uma opulência consentida e estimulada pelos grandes partidos, que concentram entre si os recursos de financiamentos privados e agora também tentam ampliar as alianças partidárias para dominar o maior tempo possível da propaganda eleitoral gratuita.

O uso da propaganda de rádio e televisão está tão distorcido que as alianças estão sendo fechadas com vistas ao tempo que cada partido tem, ficando longe as considerações programáticas.

O PTB de Roberto Jefferson aderiu oficialmente à candidatura tucana, e veio junto com sua má-fama política quase um minuto de televisão, e mais o direito ao programa anual de dez minutos que será exibido já este mês, sob a coordenação da equipe de marketing da candidatura de Serra.

Assim como no PMDB, onde algumas bases regionais apoiam Serra, alguns estados, como a Alagoas do senador Fernando Collor, apoiam a candidatura oficial de Dilma Rousseff, mas o que vale é o que a direção nacional decide.

Anteriormente aderira ao tucano o PSC, entregando mais alguns segundos de televisão. Mas nesse pacote há o risco de vir o provável candidato ao governo do Distrito Federal Joaquim Roriz, a matriz de todos os escândalos que estão sendo revelados na capital.

Também o tempo de propaganda do PP está na alça de mira, sendo disputado tanto pelo PT quanto pelo PSDB.

Quando a certeza da vitória da candidata oficial era maior, a adesão do PP era considerada pule de dez.

A permanência do candidato oposicionista na frente das pesquisas eleitorais e, sobretudo, a possibilidade de seu presidente, o senador Francisco Dornelles, vir a ser o escolhido para vice de Serra, fez o PP mudar de posição, ficando entre a neutralidade e a adesão ao PSDB.

Hoje, com os dois candidatos empatados, mas com Dilma crescendo, o PP analisa a possibilidade de sair da neutralidade para voltar a fazer parte da base governista.

Mas ainda aguarda os desdobramentos da negociação do PSDB com Aécio Neves, embora, depois da atuação de Dornelles na alteração do texto do projeto Ficha Limpa, seja difícil que ele ainda venha a ser indicado vice na chapa tucana.

Por ora, a coligação de Serra dispõe de cinco legendas: PSDB, DEM, PPS, PSC e o PTB, com cerca de sete minutos de televisão, se somarmos aos tempos de cada partido o dos partidos sem candidato, que será dividido igualmente entre todos os candidatos.

A candidatura oficial é apoiada por uma coligação de PT-PMDB-PSB-PDT-PCdoB-PR e PRB e por isso terá um tempo de televisão maior, por volta de 11 minutos.

Toda essa mistura de letras, sem nenhum suporte ideológico ou programático, prepara uma crise institucional mais adiante, esteja quem estiver no governo.

A campanha eleitoral brasileira está baseada justamente no tempo de propaganda gratuita. Será durante o período eleitoral que os candidatos mostrarão seus programas aos eleitores.

Mas, antes disso, na chamada pré-campanha, os programas anuais de dez minutos e as inserções durante a programação são fundamentais para mexer nos números das pesquisas, como tivemos recentemente prova cabal com a subida da candidata oficial depois de ter sido ancorada ilegalmente pelo presidente Lula no programa partidário do PT.

O PSDB já esperava, e temia, esse pior cenário, no período entre maio e junho, quando foram apresentados os programas de televisão da maioria dos partidos que apoiam o governo.

Os programas do PSDB e de seus aliados DEM e PPS e agora PTB serão os últimos a serem transmitidos, próximo das convenções partidárias, no fim de junho, e a mesma dose de ilegalidade está sendo preparada, para tentar recuperar a vantagem perdida ou, pelo menos, neutralizar o crescimento de Dilma.

A campanha presidencial deste ano, possivelmente devido ao equilíbrio da disputa, está demonstrando que uma futura reforma política não pode deixar de rever essa legislação eleitoral.


Na coluna de ontem, troquei 1998 por 2006 na frase "Em 1994, Fernando Henrique venceu por cerca de três milhões de votos, diferença que caiu para dois milhões em 2006".

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Dino: Se PT rejeitar aliança com PCdoB no MA, se desmoraliza


Eliano Jorge

É contra si próprio que recai o risco de o PT desistir de apoiar o deputado Flávio Dino, do PCdoB, ao governo do Maranhão, na opinião do pré-candidato. Ratificada no congresso estadual petista por uma diferença de dois votos em relação à inédita união com a governadora peemedebista Roseana Sarney, a aliança com o PCdoB é questionada por dois recursos encaminhados à executiva nacional do partido.

"Os recursos são disparatados. Se a direção nacional acolher esses recursos ali, isso é uma desmoralização para a legalidade partidária", avalia Dino, seguro da firmeza dessa coligação. "Não vejo cenário da executiva nacional do PT acolher um recurso desse".

Tentando sua reeleição, Roseana ainda corteja a adesão petista, que era desejada pelos diretórios nacional e estadual do partido. O ex-ministro José Dirceu afirmou, em seu blog, que a falta de uma aliança com o PMDB maranhense contrariava resolução nacional da legenda.

"O debate nacional é artificial", intervém Flávio Dino, que rebate esta tese, lembrando a presença do PCdoB na base de apoio ao governo Lula. "Sou do único partido que fez seis alianças consecutivas com o PT: 89, 94, 98, 2002, 2006 e 2010. É a aliança mais duradoura da vida democrática brasileira, da vida republicana, aliás da história brasileira".

Confira a entrevista.

Terra Magazine - Está consolidado o apoio do PT à sua candidatura? É irreversível?
Flávio Dino - Eu não posso falar a palavra "irreversível", "irrevogável" etc. Sempre você tem que ter cautela, uma vez que o prazo legal é só de 10 a 30 de junho. Politicamente para nós, a candidatura está consolidada, existem três partidos que declararam apoio a ela: o PCdoB, o PT e o PSB. Este é o patamar de consolidação da candidatura. Estamos buscando ampliação, seja com outros partidos, seja com movimentos sociais. Este final de semana, começo a fazer viagens pelo interior do Estado, por sete cidades, discutindo programa de governo, estamos andando bem.

A governadora Roseana ainda estaria tentando atrair o PT e não teria desistido do apoio dele. O senhor tem esta informação?
Ela colocou no governo mais alguns secretários filiados do PT. Ontem, anteontem, o secretário de Educação, um professor chamado Anselmo Raposo, e o de Desenvolvimento Social, o sindicalista Edmilson Santos. Já tinha um secretário filiado ao PT, o do Trabalho.

Mas o PT não apoia o governo dela, não é isso?
Não, eles estão lá contra deliberação partidária. Essa decisão foi tomada há um ano e foi reiterada neste encontro que resolveu me apoiar. Não obstante isso, ela fez o convite a alguns filiados do PT e eles resolveram aceitar.

Ela tem oferecido mais vantagens ao PT?
Não sei realmente. Não tenho participado disso, tenho cuidado mais da pré-campanha. Para nós, isso é irrelevante, na verdade. Sinceramente, não estou muito preocupado com isso não.

Mas, na direção nacional do PT, não existem dois recursos contra a decisão do diretório estadual de se aliar à sua candidatura?
É, mas os recursos são disparatados. Se a direção nacional acolher esses recursos ali, isso é uma desmoralização para a legalidade partidária. O secretário nacional de organização do PT, o Paulo Frateschi, acompanhou o encontrou do começo ao fim.

O próprio presidente do PT nacional, José Eduardo Dutra, também estava lá, não?
É, e o próprio presidente esteve lá, numa parte, mas eu falo que o Frateschi ficou do começo ao último segundo, acompanhou tudo. Inclusive quando eu fui lá ser comunicado do resultado, ele declarou publicamente - está gravado, filmado - que o encontro havia transcorrido em absoluta normalidade e que o reasultado era aquele. Então, não temos preocupação efetiva com isso. Um dos recursos alega que o encontro é nulo porque eu estive presente na mesa de abertura. Eu nem discursei, estive apenas sentado à mesa, como convidado, representante de um partido, não me passaram a palavra. Só depois do resultado, no dia seguinte, à noite, me chamaram para me comunicar o resultado, aí eu discursei.

A governadora foi convidada também, não?
Eu não sei. Só sei que eu sou o presidente estadual do PCdoB, fui convidado como tal e estive presente à mesa de abertura como é normal que aconteça. Para tu ter uma ideia do quanto são disparatados os recursos.
O outro se refere a uma delegada (do PT) que não estava quite com suas contribuições financeiras e, segundo o estatuto partidário, não poderia votar. Essa delegada não foi admitida a votar porque estava devendo - se não me engano, R$ 10 mil, alguma coisa assim. Esse procedimento foi feito lá. Na hora, ninguém impugnou, nem ela própria. Ninguém discutiu.

Mas, se ela não votou no senhor, o que muda?
Não sei. É por isso que estou te dizendo que não vejo cenário da executiva nacional do PT acolher um recurso desse. Porque, se acolhesse, seria uma violência a todo o procedimento. Por isso, estou tranquilo, os recursos são disparatados, juridicamente, estatutariamente...
Acho que o quadro da aliança está consolidado. Tanto que a gente está estruturando coordenação de campanha e programa de governo - com discurssão nesta quinta-feira agora (15) -, começando uma agenda de viagens.

O ex-ministro José Dirceu afirmou que o PT maranhense contrariou resolução do congresso nacional do partido ao não se coligar com o PMDB. O senhor acha que essa fragmentação petista pode atrapalhar a campanha ou criar algum atrito?
Não, a minha expectativa é exatamente oposta, na medida em que o debate nacional é artificial. Porque eu sou integrante da base do governo Lula, sou do único partido que fez seis alianças consecutivas com o PT: 89, 94, 98, 2002, 2006 e 2010. É a aliança mais duradoura da vida democrática brasileira, da vida republicana, aliás da história brasileira. Não existe uma aliança partidária tão duradoura; nem a do PSD com o PTB, no período de 1946 a 1964, durou tanto tempo, até porque não houve seis eleições presidenciais consecutivas naquele período. Então, como é que pode se imaginar que essa aliança (PT/PCdoB) contraria a resolução nacional, a tática nacional? Pelo contrário, ela realiza os objetivos da tática nacional.

Além da sua pré-candidatura e a da governadora, já existe algum outro nome? O ex-governador Jackson Lago?
O ex-governador Jackson ainda não se manifestou. Há os comentários de que ele desejaria se colocar (candidato), mas que ainda não se declarou como tal. Ele está numa discussão com o PSDB acerca de aliança.

Ele seria o palanque do presidenciável José Serra no Maranhão, não?
É, imagino que ele esteja aguardando o término dessa negociação com o PSDB, que, ao que me consta, segundo notícias que tenho, está em curso, mas não sei em que fase se encontra, se vão fazer acordo.

Existe a possibilidade de uma aliança do ex-governador com sua candidatura?
O PDT é do campo Lula, né? Então, nessa medida, seria muito bem-vindo.

Houve alguma tentativa, alguma conversa, algum aceno?
Não, por enquanto não. Até em respeito ao Jackson. Ele tem, evidentemente, todo o direito de concorrer. Estamos aguardando o término dessa conversa do PDT com o PSDB. Na medida em que eventualmente ele tenha apoio, é lógico que se torna difícil a aliança.

Num eventual segundo turno contra a governadora Roseana, existe algum problema para a aliança entre o ex-governador e o senhor, com cada um apoiando um presidenciável?
Não, acho que segundo turno é sempre um cenário em que a força que eventualmente ficar fora deve se posicionar. No nosso caso, nós somos do campo Lula nacionalmente e do campo da mudança no Maranhão. Então, vamos buscar alianças que sejam coerentes com as duas coisas: o campo Lula e o campo da mudança no Estado.

Fonte: terra magazine

sábado, 27 de março de 2010

PT dá adeus a Roseana e marchará com Flavio Dino


Após dois dias de congresso, o PT do Maranhão decidiu, na noite deste sábado, por 87 votos contra 85, rejeitar aliança com o PMDB da governadora Roseana Sarney e apoiar a candidatura do deputado Flávio Dino (PC do B) ao governo do estado. O processo de escolha ocorreu por meio de voto aberto e contou com a participação de petistas de todo o Estado.
O grupo liderado pelo suplente de deputado federal Washington Oliveira, que defendia uma coligação PT/PMDB em torno da candidatura de Roseana ao governo, foi derrotado por uma diferença de dois votos (do total de 175 delegados) – o placar apertado era previsto para qualquer um dos lados. Um delegado absteu-se de votar e outros dois não compareceram.

O congresso Estadual do partido teve início na última sexta-feira (26), no auditório do Sesc Olho d’Água e terminou por volta das 19:30h desse sábado. Depois de contabilizado cada um dos votos, o representante da direção nacional do PT, secretário Organização Paulo Frateschi, anunciou oficialmente o resultado. Ele descartou, no seu pronunciamento, qualquer possibilidade de intervenção do diretório nacional.

“As regras foram seguidas, tem uma proposta vencedora e é com essa que o partido dos trabalhadores vai trabalhar”, assegurou. Principal articulador do grupo vitorioso, o deputado federal Domingos Dutra mostrou-se satisfeito com o apoio do PT ao nome do deputado federal Flavio Dino.
“Não adiantou a Roseana ligar para as pessoas, fazer chantagem, oferecer dinheiro, pois o povo do Maranhão não aprovava esse casamento de ‘jumento com avestruz’, portanto não tinha como dar certo. E assim como em 2006, nós iremos novamente derrotá-los”, disse, confiante.

Após receber a notícia do resultado, o deputado federal Flávio Dino foi ao local agradecer aos delegados e aqueles que torceram pela tese de sua candidatura. “Deixo aqui minha palavra de gratidão e agradecimento aos companheiros que votaram na nossa tese, que acreditaram na nossa candidatura e vestiram a camisa”, disse emocionado o comunista.

“Podem ter a certeza que todos vocês irão se orgulhar disso, irão olhar para o espelho todos os dias pela manhã e dizer: eu estava no dia que nós ganhamos o primeiro turno da eleição de governador. Hoje estamos mudando a história política do Maranhão”, completou.

Durante discurso direcionado aos dirigentes do PT e, em especial, à sua militância, Flávio Dino pregou a união de todos os petistas a fim de marcharem juntos num projeto de mudança para o Maranhão. “Peço fraternalmente que dividam comigo essa responsabilidade de, a partir de amanhã, colocar todo o partido dos trabalhadores unificado na campanha e com o mesmo objetivo”, conclamou.

Sobre a união PT e PCdoB, Flávio fez um relato histórico de vida política das duas agremiações ao longo das últimas décadas e disse que, por conta disso, não se podia esquecer nesse momento quem esteve primeiro ao lado do outro. “Quem primeiro levantou a bandeira da esperança e da mudança foi o PT e o PCdoB; por isso que esta aliança não é contra o projeto nacional, essa aliança é o projeto nacional”, lembrou.

“Nós precisamos casar o Maranhão com o Brasil, acabar com esse desencontro, e isso só nós podemos fazer. O companheiro Lula, o maior líder político da história brasileira, é muito bem vindo no nosso palanque, por que nosso palanque é a minha casa, minha vida. Entre nós ele não precisa pedir licença, ele está na sua casa”, afirmou.

Flavio Dino disse que a vitória obtida neste sábado é apenas o início de um movimento que vai “tomar conta” de todo o Maranhão. “Amanhã começa a onda vermelha. Então, vão à Rua Grande e comprem pano vermelho, por que tenho certeza que ele vai faltar no Maranhão”., brincou.

Ao final de sua fala, Dino voltou a agradecer: “A bandeira da mudança, da esperança, do sonho, da luta não estaria completa sem a presença da bandeira do partido dos trabalhadores”, finalizou.

Do Sesc, uma carreata saiu em comemoração pela Avenida Litorânea.

Fonte: Blog do John Cutrim

sexta-feira, 26 de março de 2010

A ultima carta!


Trago à reflexao dos leitores e amigos a última carta que Olga Benário Pestes escreveu a Luís Carlos Prestes e а filha Anita, ainda em Ravensbrück, na noite da viagem de ónibus que a levaria а morte na camara de gás, no campo de Bernburg.

Queridos:

Amanhã vou precisar de toda a minha força e de toda a minha vontade. Por isso, não posso pensar nas coisas que me torturam o coração, que são mais caras que a minha própria vida. E por isso me despeço de vocês agora. É totalmente impossível para mim imaginar, filha querida, que não voltarei a ver-te, que nunca mais voltarei a estreitar-te em meus braços ansiosos. Quisera poder pentear-te, fazer-te as tranças - ah, não, elas foram cortadas. Mas te fica melhor o cabelo solto, um pouco desalinhado. Antes de tudo, vou fazer-te forte. Deves andar de sandálias ou descalça, correr ao ar livre comigo. Sua avó, em princípio, não estará muito de acordo com isso, mas logo nos entenderemos muito bem. Deves respeitá-la e querê-la por toda a tua vida, como o teu pai e eu fazemos. Todas as manhãs faremos ginástica... Vês? Já volto a sonhar, como tantas noites, e esqueço que esta é a minha despedida. E agora, quando penso nisto de novo, a ideia de que nunca mais poderei estreitar teu corpinho cálido é para mim como a morte. Carlos, querido, amado meu: terei que renunciar para sempre a tudo de bom que me destes? Conformar-me-ia, mesmo se não pudesse ter-te muito próximo, que teus olhos mais uma vez me olhassem. E queria ver teu sorriso. Quero-os a ambos, tanto, tanto. E estou tão agradecida à vida, por ela haver me dado a ambos. Mas o que eu gostaria era de poder viver um dia feliz, os três juntos, como milhares de vezes imaginei. Será possível que nunca verei o quanto orgulhoso e feliz te sentes por nossa filha?

Querida Anita, meu querido marido, meu garoto: choro debaixo das mantas para que ninguém me ouça pois parece que hoje as forças não conseguem alcançar-me para suportar algo tão terrível. É precisamente por isso que me esforço para despedir-me de vocês agora, para não ter que fazê-lo nas últimas e difíceis horas. Depois desta noite, quero viver para este futuro tão breve que me resta. De ti aprendi, querido, o quanto significa a força de vontade, especialmente se emana de fontes como as nossas. Lutei pelo justo, pelo bom e pelo melhor do mundo. Prometo-te agora, ao despedir-me, que até o último instante não terão porque se envergonhar de mim. Quero que me entendam bem: preparar-me para a morte não significa que me renda, mas sim saber fazer-lhe frente quando ela chegue. Mas, no entanto, podem ainda acontecer tantas coisas... Até o último momento manter-me-ei firme e com vontade de viver. Agora vou dormir para ser mais forte amanhã. Beijos pela última vez.


Olga.



“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.”( Rui Barbosa)

” Maior que a tristeza de não haver vencido é a vergonha de não ter lutado ! ”
(Rui Barbosa)

segunda-feira, 8 de março de 2010

A Volta de Alexandra


Em entrevista concedida ao jornalista Egídio Pacheco, do jornal Tribuna do Nordeste na edição deste domingo (07), o ex-governador do Estado, José Reinaldo Tavares (PSB), confirmou a participação da ex-primeira dama, Alexandra Tavares (foto) como candidata nas eleições deste ano e disse que o presidente do Senador, José Sarney (PMDB-AP), “está em fase de decadência política”.

Ela [Alexandra] me comunicou, disse-me que seria candidata. Quem manda é ela. Mas se a Roseana não gosta, eu acho que é bom para nós. Muita gente a incentivou para que ela fosse candidata e acho que pode ter uma grande votação. É uma questão de opinião política, porque ela não vai contar com prefeitos e com estrutura partidária, mas tem uma forte penetração na sociedade e no voto de opinião”, declarou o ex-marido de Alexandra, que deve concorrer a uma vaga de deputada federal pelo PSB.

“Acho que a Roseana tem um pavor dela. Ela sempre temeu a Alexandra, de forma que é bom para nós. Tudo que não for bom para eles, é bom para nós”, prescreve.

José Reinaldo Tavares revelou estar confiante na segunda vitória das oposições sobre a filha do senador José Sarney (PMDB-AP). Líder da Frente de Libertação do Maranhão que deu a vitória ao governador Jackson Lago no processo eleitoral de 2006, o socialista se apega aos números para apontar desvantagens de Roseana nas eleições de outubro deste ano.

Tavares defende a idéia de que pelo menos dois nomes devem concorrer ao governo do estado pela oposição: Jackson Lago, pelo PDT, e Flávio Dino, pelo PCdoB.

Para o ex-governador o senador José Sarney (PMDB-AP), presidente do Senado Federal, “está na fase de decadência política” e “só não foi cassado porque o Lula intercedeu politicamente para evitar”.

José Reinaldo criticou ainda a gastança de Roseana no carnaval deste ano: “uma campanha política com recursos públicos antecipada”, definiu. Disse ainda que o secretário Luiz Bulcão foi blindado e não deveria ter sido dispensado de prestar esclarecimentos sobre os gastos com a festa nababesca de Momo na Assembleia Legislativa.

“Não deixaram, e isso já é um fato negativo para o governo, que esconde o secretário para não prestar contas, cujo é uma obrigação dele. Prestação de contas feita dentro do Palácio, não vale”, conclui. (Com informações do blog do Bóis)